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MITOS E VERDADES SOBRE AMAMENTAÇÃO - PARTE 1

  • Foto do escritor: E agora, mana?
    E agora, mana?
  • 13 de ago. de 2020
  • 4 min de leitura

Mãe lactante pode consumir álcool? Existe leite fraco? Peito murcho é sinal de pouco leite? Esses e outros mitos desmistificados.

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A amamentação é considerada uma prática fundamental para promoção, proteção e apoio à saúde de crianças e mães. Nos últimos anos, através de estudos e pesquisas, percebeu-se que o aleitamento materno não é um ato meramente instintivo e biologicamente determinado. Ele é pautado e fortemente influenciado pelo contexto histórico, social e principalmente cultural em que a mulher vive.


O tema da amamentação é cercado de mitos e toda mãe que amamenta com certeza já ouviu pelo menos 1 deles. Pra piorar, existe muita discordância, mesmo entre profissionais, sobre diversos assuntos relacionados ao aleitamento materno. Desmistificar o assunto é muito importante para garantir que mais mulheres obtenham sucesso na amamentação. Afinal de contas, esses mitos são repassados de geração à geração e perpetuados no coletivo como verdades.


Por isso, nós selecionamos 25 assuntos que geram discordância e fomos pesquisar o que as evidências científicas dizem sobre cada um deles. Separamos em 2 posts para que não ficasse muito longo (parte 2 aqui).



1. ALGUMAS MÃES, MESMO SAUDÁVEIS, NÃO PRODUZEM LEITE SUFICIENTE.

VERDADE. Contudo, são casos muito raros. A maioria dos estudos estima que mais de 90% das mães saudáveis produz leite suficiente caso não existam fatores externos atrapalhando a amamentação [1, 2]. Um estudo de 2016 chegou ao percentual de 10-15% de mães que podem ter problemas na produção de leite devido a fatores maternos, contudo, neste percentual são consideradas mães com fatores reconhecidamente problemáticos para a amamentação como hipoplasia mamária [3].



2. AMAMENTAR DÓI E FISSURAS SÃO NORMAIS.

MITO. É comum algum desconforto e dor nos primeiros dias da amamentação, especialmente logo após a apojadura (descida do leite), mas dor contínua e fissuras nos bicos dos seios não são normais da amamentação e indicam algum problema. Um estudo de 2015 identificou que a causa mais comum de dor no seio durante a amamentação é a pega incorreta do bebê [4]. Outros motivos menos frequentes são: anomalias orais (língua presa, fissura no palato), infecção, mamilo plano ou invertido, mastite e vasoespasmo [4,5].



3. MÃES QUE AMAMENTAM NÃO PODEM CONSUMIR ÁLCOOL.

MITO. Apesar de não ser recomendado pelas sociedades médicas, não é proibido que mães lactantes consumam álcool, desde que seja respeitado um tempo mínimo até a próxima mamada para dispersão do álcool no leite materno [6,7]. Esse tempo varia de acordo com o peso da mãe, mas fica em torno de 2-3h para o consumo de 1 dose (340g de cerveja com teor alcoólico 5% ou 141,75g de vinho com 11% ou 42,53g de licor com 40%) [8].



4. ALGUMAS MÃES PRODUZEM LEITE FRACO.

MITO. Não existe leite fraco, pesquisas mostram que até mesmo mães com um grau leve a moderado de desnutrição são capazes de produzir leite de qualidade que supre todas as necessidades nutritivas do bebê [9, 10, 11].



5. MULHERES QUE PASSARAM POR CIRURGIA DE REDUÇÃO DE MAMA PODEM TER PROBLEMAS PARA AMAMENTAR.

VERDADE. Se houver remoção de glândulas e dutos mamários durante a redução da mama, é possível que a mãe enfrente problemas para amamentar [12, 13, 14].



6. MULHERES QUE TÊM PRÓTESE DE SILICONE TÊM PROBLEMAS PARA AMAMENTAR.

MITO. Como as próteses são colocadas abaixo da glândula mamária ou atrás do músculo peitoral, não há influência direta da produção, nem na qualidade do leite [15].



7. O SEIO DEVE SER PREPARADO PREVIAMENTE PARA A AMAMENTAÇÃO.

MITO. Não é necessário nenhum tipo de preparação do seio para a amamentação. A própria gestação se encarrega de fazer o preparo do seio como podemos observar pelo escurecimento do mamilo. Evidências demonstraram que o preparo prévio da mama (na gestação) não é eficaz contra dor e fissuras durante a amamentação [16].



8. AMAMENTAR É NATURAL E NÃO REQUER PREPARO DA MÃE.

MITO. Apesar de ser natural, amamentar está longe de ser um ato instintivo e requer informação e muito preparo da mãe. Duas das causas mais comuns de desmame precoce são dor no seio e percepção de leite insuficiente [17,18,19,20]. Ambas poderiam ser evitadas com o devido preparo da mãe [21,22,23,24].



9. PEITO ‘MURCHO’ OU VAZIO É SINAL DE POUCO LEITE.

MITO. O peito não funciona como estoque de leite, e sim como fábrica. 90% do leite que o bebê ingere é fabricado na hora da mamada [25,26,27].



10. EM CASO DE UMA NOVA GESTAÇÃO, A MÃE DEVE SUSPENDER A AMAMENTAÇÃO

MITO. Em caso de uma gestação sem complicações/riscos, a mãe pode continuar amamentando seu bebê normalmente [28].


11. É PRECISO REVEZAR OS DOIS SEIOS DURANTE A MAMADA.

MITO. O ideal é que a mãe não interrompa e deixe o bebê mamar à vontade no primeiro seio. Pode acontecer de o bebê mamar apenas um peito em cada mamada e não há problemas nisso. A recomendação de revezamento da mama serve ao propósito de estimulação da produção de leite em ambos seios, mas não precisa ser durante a mesma mamada.


12. EM CASO DE LEITE EMPEDRADO, DEVE-SE FAZER COMPRESSA QUENTE.

MITO. A água quente estimula a produção de leite e pode piorar o problema [29]. O ideal neste caso é massagear o peito e ordenhar um pouco do leite para aliviar a mama. Contudo, a compressa quente funciona bem para o alívio de dor no mamilo na ausência de ingurgitamento [30]


13. BEBÊ QUE CHORA MUITO É SINAL DE FOME.

MITO. Bebês choram por diversos motivos. Se o bebê não perdeu peso, faz xixi e cocô normamente e não demonstra sinais de desidratação [31,32,33], não há motivos para desconfiar de que existam problemas na amamentação.


O link para a parte 2 deste artigo está aqui. Nós também temos um outro post sobre fatos curiosos relacionado à amamentação e você pode conferir aqui, se quiser.

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