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AGOSTO DOURADO E A RIVALIDADE MATERNA

  • Foto do escritor: E agora, mana?
    E agora, mana?
  • 5 de ago. de 2020
  • 2 min de leitura

Atualizado: 6 de ago. de 2020

O que a campanha agosto dourado pode nos ensinar sobre a rivalidade materna?

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Se tem algo que escancara o peso do patriarcado na vida de uma mulher é a maternidade. Nós crescemos cercadas por normas e padrões que ditam como ser uma mulher ideal e esses julgamentos se estendem e se acirram na maternidade. A amamentação é o perfeito exemplo dessa idealização e da competitividade que o patriarcado impõe sobre as mulheres desde que somos meninas.


Todo ano, durante o Agosto Dourado (um mês inteiro dedicado à intensificação das ações de promoção, proteção e apoio ao aleitamento materno), nós vemos duas frentes se levantar: uma diz que amamentar é um ato de resistência e a outra que não é menos mãe por não amamentar. Ambas estão certas e isso não deveria ser um embate entre duas partes distintas.


Nem toda mãe consegue ou quer amamentar e isso não pode servir de julgamento para absolutamente nada. Tanto a maternidade quanto o amamentar vão muito além do instinto e exigem de nós a construção de possibilidades e caminhos diante daquilo que a vida nos apresenta. Da mesma forma, amamentar é sim um ato de resistência porque representa a luta contra um sistema que diz que não somos capazes de amamentar nossos bebês, que não produzimos leite suficiente, que nosso leite é fraco, que a fórmula é tão boa quanto o leite da mãe, que a criança está muito grande para mamar ou que precisamos parar de amamentar para dar atenção aos nossos parceiros.


Nós precisamos entender que estamos todas do mesmo lado e que o Agosto Dourado não é sobre exaltar quem amamenta e, muito menos, diminuir a mãe que não amamenta. O agosto dourado é sobre saúde pública, sobre um mundo mais sustentável, um mundo mais igualitário, é sobre direitos da criança e empoderamento feminino.


É urgente que a gente quebre essa rede de julgamentos e imposições na maternidade e parta para a construção de uma rede de apoio e acolhimento que faça diferença na vida de todas nós. Mães que amamentam, sejam gentis e oferecem apoio àquelas que não conseguiram, independente do motivo. Mães que não amamentaram, sejam incentivo e apoio para as que amamentam e/ou desejam amamentar, independente do tempo.


Sustentar nossas decisões e desejos sejam eles quais forem e nos apoiar, sem partir do viés do julgamento e/ou ressentimento pelas conquistas uma das outras é essencial para que a gente comece a mudar esse cenário, porque senão, o que nos resta é conviver com uma infinidade de culpa e mal-estar.


Amamentar vai muito além do ato, assim como o Agosto Dourado vai além da maternidade e entender a complexidade da amamentação para além das imposições sociais é essencial.


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